sexta-feira, outubro 25, 2002

Conexão de Boston #7
Domingo, 5 de julho de 1998 23:40:14 -0400 (EDT)

Ontem presenciei a comemoração do famoso feriado americano, "Independence Day", o 4 de julho. E, é claro, farei uma detalhada descrição das festividades.
No entanto, começarei por observar um costume muito interessante aqui da Terra do Tio Sam. Como vocês sabem, o 4 de julho caiu num sábado. Qual não foi a minha surpresa, ao ver um cartaz aqui no mural de avisos dizendo que em virtude disso, não haveria expediente na sexta, dia 3. Após uma investigação detalhada, descobri que quando um feriado cai num fim-de-semana, a sexta ou a segunda é transformada num pseudoferiado, de maneira que você não perde a folga.
Não é um hábito maravilhoso?!
E o pessoal aí no Brasil diz que a gente tem muito feriado! Vê se pode!
Bom, voltando ao tema principal da coluna de hoje, devo dizer que não estava tão a fim assim de ver fogos de artifício. Estava pensando que, em último caso, poderia ser uma opção. Mas acabou que um grupo aqui do lab. combinou de fazer um piquenique à beira do rio para ver os fogos, e eu aproveitei a onda.
Primeiro, vamos a algumas informações básicas. O rio é o Charles, que separa Boston de Cambridge. Do lado de Boston, tem um parque que acompanha a beira do rio, o Esplanade, onde se encontra uma concha acústica, a Hatch Shell. Do lado de Cambridge, você tem a Memorial Drive, que é uma avenida que também acompanha o rio. As comemorações do 4 de julho incluem um show da Boston Pops, que é uma banda que toca temas patrióticos, entre outras coisas. O show começa às 20:00 horas e, às 22:00, tem fogos de artifício. O problema é que, para encontrar um lugar você tem que chegar cedo. O parque abre às 6 da manha, mas já tem gente lá esperando para lutar por um lugar. Parece aquelas histórias de pioneiro americano, onde eles corriam para arrumar um pedaço de terra, só que é mais selvagem.
Tendo em vista que ninguém estava a fim de lutar por um lugar ao sol, e de que os promotores do show instalam alto-falantes que permitem você ouvir o show do outro lado do rio, nós resolvemos ir para lá, para o lado de Cambridge. A muvuca é muito menor lá, tem bastante gente, mas não é apertado, e você encontra um lugar na grama facilmente. A Memorial Drive é fechada ao trânsito, logo, tem bastante espaço.
Como eu disse, era um piquenique. Por isso, levamos comida e bebida. Chegamos às 19:00 e ficamos lá tirando foto, conversando e observando os tipos que passavam. Tem cada coisa! O show começou às 20:00 em ponto, com "The Star Spangled Banner", o hino americano, cantado por um policial estadual. Ele começa com "Oh, Say can you see.." e termina com"...Land of the free, Home of the brave", e no meio temos uns dois minutos de auto-exaltação do tipo "Não se meta conosco, porque a gente é cascagrossa". É claro que eu não tenho certeza disso, pois não conheço a letra inteira; essa informação me foi passada por uma das minhas fontes estrangeiras. Infelizmente, o comitê americano do meu grupo foi um fracasso. Toda vez que tocava uma daquelas músicas patrióticas, eu perguntava "Que música é essa?" e recebia respostas que variavam entre "Não sei" e "Para mim, elas são todas iguais".
Se você tem um barco, você pode subir o rio e lançar âncora na altura das comemorações.
Às 22:00 em ponto, começam os fogos. Devo admitir que eles foram bons. A queima dura 30 minutos e a banda toca músicas que eles tentam sincronizar com os fogos; tem desde "Respect", com a Aretha Franklin, até "Take Five", com o Dave Brubeck.
Dois segundos após o final dos fogos, há um estouro de boiada causado pela súbita correria -- na verdade, é um andar apressado -- das pessoas de volta para os carros. Ninguém quer encarar o engarrafamento. Mas é claro que nós ficamos e apreciamos a noite um pouco mais.
Sou forçado a dizer que gostei do programa. Foi bastante divertido.

Como os americanos dizem: cool!

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